Tendo em vista que as plantas do gênero Amaranthus vêm desempenhando preocupante papel de planta daninha nos sistemas de produção agrícolas, mais especificamente em lavouras produtoras de grãos, o controle dessas espécies é essencial para evitar perdas produtivas.

Em virtude de suas características e particularidades, o controle do caruru exige uma série de medidas, que integradas, possibilitam o manejo eficiente dessa daninha. Uma das principais formas de controle do caruru se dá por meio do controle químico com o emprego de herbicidas químicos.

Embora os herbicidas pós-emergentes sejam os mais conhecidos se tratando do controle de plantas daninhas, para um adequado controle do caruru é necessário intervir com medidas de manejo que auxiliem o controle por meio dos pós-emergentes. Uma das principais medidas para isso, é a utilização de herbicidas pré-emergentes.

Herbicidas pré-emergentes são produtos usados para controlar plantas daninhas antes da emergência das mesmas sobre o solo (Pereira, 1987). Os herbicidas pré-emergentes atuam diretamente no banco de sementes do solo, logo, necessitam chegar ao solo para maior eficiência de controle de plantas daninhas.

No sistema plantio direto, é comum observar a cobertura do solo com a palhada residual das culturas antecessoras, fato que contribui para o controle dos fluxos de emergência do caruru, por esse ter sementes consideradas fotoblásticas positivas. Contudo, a palhada também pode prejudicar a ação de alguns herbicidas pré-emergentes, uma vez que pode restringir a chegada desses herbicidas ao solo.


Veja mais: MISSÃO CARURU Episódio 27 – Palha, luz e o caruru


Visando contornar esse problema, a boa umidade do solo é essencial na aplicação de herbicidas pré-emergentes. A umidade do solo, assim como sua textura e teor de argila, exercem papeis determinantes na eficiência do uso de herbicidas pré-emergentes.

Em sua grande maioria, os herbicidas pré-emergentes necessitam de umidade para o bom funcionamento. A umidade adequada do solo permite a maior distribuição do herbicida no solo, possibilitando maior controle de plantas daninhas. “O ideal seria a ocorrência de precipitações pluviométricas variando entre 5 e 10 mm após a aplicação de um pré-emergente”.

Dependendo da situação, principalmente se tratando do teor de argila e textura do solo, é preciso ajustar a dose dos herbicidas pré-emergentes, a fim de melhor controle de plantas daninhas e reduzir o risco de ocorrência de efeitos tóxicos à cultura semeada. Embora sejam necessários alguns cuidados para o uso de herbicidas pré-emergentes, eles são ferramentas essenciais para o manejo e controle de complexas plantas daninhas como o caruru.

A utilização de herbicidas pré-emergentes com efeito residual prolongado é um dos fatores que determinam grande eficiência no controle de plantas daninhas durante o período crítico de competição (Monquero et al., 2008). Além de controlar plantas daninhas diretamente no banco de sementes do solo, os herbicidas pré-emergentes possibilitam a redução dos fluxos de emergência do caruru, o atraso da emergência de plantas daninhas, e a diversificação e rotação de mecanismo de ação de herbicidas.

No 28° episódio do MISSÃO CARURU, o professor Mauro Rizzardi aborda o uso de herbicidas pré-emergentes no controle do caruru, trazendo valiosas dicas de manejo. Confira abaixo as contribuições do professor sobre o tema.


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Referências:

MONQUERO, P. A. et al. EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES APÓS PERÍODOS DE SECA. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 26, n. 1, p. 185-193, 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/Svhgbk8jKJ7fmG7DXZQBvNq/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 15/10/2021.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES EM REFLORESTAMENTO. Série Técnica IPEF, Piracicaba, v.4, n.12, p.61 – 68, Set. 1987. Disponível em: < https://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr12/cap05.pdf >, acesso em: 15/10/2021.

VARGAS, L.; ROMAN, E. S. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 62, 2006. Disponível em: < http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do62.pdf >, acesso em: 15/10/2021.

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