O potássio (K) é o segundo macronutriente mais exigido pela soja, ficando atrás apenas do nitrogênio. Em média, cerca de 20 kg de K₂O são exportados por tonelada de grãos produzidos (Tagliapietra, 2020). Apesar de os solos possuírem alguma fertilidade natural, a adubação potássica, tanto de correção quanto de manutenção, é indispensável para alcançar altas produtividades. O manejo adequado desse nutriente garante o desenvolvimento saudável da planta e contribui para o sucesso da lavoura.

O potássio desempenha funções vitais no desenvolvimento da soja, como ativar enzimas, regular o transporte de água e nutrientes, auxiliar na fotossíntese e melhorar a resistência a estresses como seca e doenças. Embora não faça parte da estrutura celular da planta, ele é essencial para o transporte de açúcares e a fixação de CO₂, além de contribuir para a formação de grãos com qualidade.

Nos solos brasileiros, a deficiência de potássio é comum devido à alta lixiviação, especialmente em solos arenosos ou manejados sem reposição adequada do nutriente. Essa deficiência causa problemas como menor resistência a estresses, grãos deformados, legumes abertos, enchimento incompleto e maturação desuniforme.

A demanda por potássio é mais intensa no início do ciclo da soja, com picos de absorção durante a fase vegetativa, podendo ultrapassar 3,5 kg/ha/dia. Até o estágio R1, cerca de 48% do potássio necessário já foi absorvido, enquanto após o estágio R5, a absorção é significativamente reduzida (Figura 1). Por isso, a adubação em cobertura deve ser feita até o estágio R4, garantindo tempo suficiente para que a planta aproveite o nutriente. Após esse período, a absorção de potássio pela planta diminui drasticamente, tornando a aplicação ineficaz.

Figura 1. Marcha de absorção e redistribuição de potássio em soja.  Dados de uma lavoura de 6,6 ton ha-1.
Fonte: Equipe FieldCrops.

Para solos com teor de argila superior a 35% e boa disponibilidade de potássio, a adubação pode ser realizada a lanço até 30 dias antes da semeadura. Nesse caso, a adubação complementar pode ser feita em cobertura até os estádios vegetativos V4/V5, conforme recomendações de Oliveira Junior et al. (2020). Já em solos com menor teor de argila ou com deficiência de potássio, o fracionamento da adubação é indispensável para reduzir perdas por lixiviação e garantir a disponibilidade do nutriente ao longo do ciclo.

O manejo eficiente do potássio é essencial para explorar o potencial produtivo da soja. A aplicação no momento certo, seja na semeadura ou em cobertura, e o ajuste às características do solo são fundamentais para evitar deficiências e maximizar a produtividade. Com um planejamento adequado, o potássio contribui para plantas mais vigorosas, maior resistência a estresses e grãos de melhor qualidade, garantindo uma colheita de sucesso.

Referências bibliográficas

Oliveira Junior, A. et al. Fertilidade do solo e avaliação do estado nutricional da soja. Embrapa, Tecnologias de produção de soja, cap. 7, 2020.

Tagliapietra, Eduardo L. et al. Ecofisiologia da soja: visando altas produtividades 2. ed. Santa Maria, 2022.

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