Segundo MASSAROTO (2005) a produtividade de uma cultura está diretamente relacionada com a quantidade de nutrientes assimilados por ela. Um macronutriente é um nutriente exigido em maiores quantidades pela planta para seu correto crescimento e desenvolvimento, dentre os principais macronutrientes absorvidos pelas plantas destacam-se o Nitrogênio (N), o Fósforo (P) e o Potássio (K), conhecidos popularmente como fertilizantes N-P-K.

Normalmente esses nutrientes são distribuídos no solo em parte na semeadura (adubação de base) e em parte em cobertura (distribuição a lanço), contudo esses nutrientes apresentam particularidades e é importante entende-las para não desperdiçar insumos e maximizar seus usos. Nutrientes como o Nitrogênio e o Potássio podem ser distribuídos a lanço, pois apresentam considerável mobilidade no solo, já o Fósforo, quando comparado aos anteriores é praticamente imóvel no solo, o que torna necessário sua reposição ou incremento no solo por meio da adubação de base.

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Devido ao importante papel que o Nitrogênio desempenha da divisão celular, é comum encontrar relatos e trabalhos que comprovem o ganho de produtividade de culturas quando adubadas com nitrogênio, principalmente gramíneas como o trigo.

Mas quando ao Potássio, que também pode ser distribuído a lanço, você sabe qual a resposta da produtividade do trigo em relação a adubação potássica?

Em trabalho intitulado “Doses de Potássio no Trigo em Sucessão ao Milho Silagem”, DA SILVA et al. (2016) avaliando diferentes doses de potássio para o trigo cultivado após o milho silagem, encontraram resultados que demonstram o aumento da produtividade do trigo quando incrementada a adubação potássica para a cultura. Os Autores avaliaram a cultivar TBIO Itaipu e as doses de Potássio foram 0, 40, 80, 120 e 160 kg.ha-2 de K2O. Os resultados estão apresentados na figura 1.

Figura 1. Produtividade de Grãos de Trigo em Função de diferentes doses de Potássio.

Fonte: DA SILVA et al. (2016).

Conforma observado pelos autores, a maior produtividade do trigo foi alcançada com a utilização de 80 kg.ha-1 de K2O, referindo-se ao ponto de máxima eficiência agronômica. Quando comparado ao tratamento que recebeu zero kg.ha-1 de K2O, o aumento na produtividade foi de 511,6 kg.ha-1.

Além do incremento da produtividade da cultura, DA SILVA et al. (2016) ainda encontraram o maior acúmulo de matéria seca da parte aérea do trigo quando utilizados os 80 kg.ha-1 de K2O, destacando a importância do nutriente para a produção de palhada residual e com isso maior cobertura do solo.

Outra importante contribuição do potássio é quanto ao aumento do diâmetro do colmo do trigo. Segundo CARVALHO (2014), analisando as respostas do desenvolvimento do trigo em função da adubação com Nitrogênio e Potássio; o aumento de doses de potássio pode conferir maior espessura do colmo do trigo (figura 2). Fato que pode proporcionar maior resistência para a cultura ao acamamento e com isso diminuir as perdas de produtividade e qualidade do trigo decorrentes do acamamento.

Figura 2. Diâmetro do colmo do trigo em função de diferentes doses de potássio.

Fonte: CARVALHO (2014).

CARVALHO (2014) ainda destaca que existe uma forte relação entre o Nitrogênio e o Potássio no metabolismo das plantas, sendo fundamental adequados níveis de potássio para que a planta possa prover do melhor aproveitamento do nitrogênio e consequentemente melhor crescimento. Segundo ele, baixos níveis de Potássio no solo podem resultar em um ineficiente uso do Nitrogênio pelas plantas, logo, o Potássio apresenta importância tal como o Nitrogênio para a cultura do trigo.



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Referências:

CARVALHO, J. M. G. DESENVOLVIMENTO, PRODUÇÃO E NUTRIÇÃO DE TRIGO ADUBADO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO. Universidade Federal do Mato Grosso, Rondonópolis, 2014.

DA SILVA, A. N. et al. DOSES DE POTÁSSIO NO TRIGO CULTIVADO EM SUCESSÃO AO MILHO SILAGEM. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.13 n.23, 2016.

MASSAROTO, J. A. DOSES DE FERTILIZANTES E COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE TRIGO (Triticum spp) NA REGIÃO DO BRASIL CENTRAL. UFLA, Lavras, 2005.

Sobre o autor: Maurício Siqueira dos Santos, Engenheiro Agrônomo formado pela UFSM. Atualmente Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UFSM e Integrante da Equipe Mais Soja.

 

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