O subperíodo da semeadura a emergência é um dos períodos mais sensíveis da soja, podendo refletir diretamente na produtividade final da cultura. Nesse período, um dos principais componentes de produtividade é definido, o número de plantas por área.
Sobretudo, além de utilizar sementes de boa qualidade, é necessário oferecer condições adequadas para que a semente possa completar seu processo germinativo, dando origem a uma plântula sadia. Esse processo começa pela qualidade da semeadura da soja, em que, fatores como uniformidade de distribuição das sementes (vertical e longitudinalmente), assim como a qualidade do processo de semeadura, definem o sucesso da instalação da lavoura.
Visando possibilitar o bom estabelecimento da cultura do campo, além da definir a época de semeadura adequada, é necessário atentar para algumas exigências das sementes, a começar pela temperatura. Segundo Neumaier et al. (2020), a faixa ótima de temperaturas do solo para a germinação da soja varia entre 20 ºC a 30 ºC.
Para que ocorra germinação rápida e emergência uniforme, a temperatura média ótima do solo, a 5 cm de profundidade, deve estar ao redor de 25 ºC. Semeaduras com temperaturas de solo menores do que 20 ºC podem prejudicar a germinação e a emergência das plântulas (Neumaier et al., 2020).
Figura 1. Emergência de plântulas de soja.
Outro fator extremamente importante para a germinação da soja, é a disponibilidade hídrica. Em média, uma semente de soja necessita absorver no mínimo 50% do seu peso em água para uma germinação adequada. Entretanto, tanto o excesso quanto a falta de água são prejudiciais ao estabelecimento da cultura e à obtenção de um estande adequado de plantas. Dessa forma, nessa fase o conteúdo de água no solo deve ser entre 50% e 85% (Neumnaier et al., 2020).
Uma forma de trabalhar com o ajuste da disponibilidade hídrica do solo e da temperatura para a germinação é a adequação da profundidade de semeadura, contudo, deve-se respeitar os limites indicados para a cultura. O ideal é que as sementes de soja sejam posicionadas em profundidades variando entre 3 cm a 5cm (Balbinot Junior et al., 2020).
Semeaduras em profundidades maiores dificultam a emergência, principalmente em solos sujeitos ao selamento superficial e a alagamentos eventuais, em que a carência de oxigênio dificulta a emergência das plantas. Em oposto, semeaduras muito rasas aumentam as chances de desidratação das sementes ou das radículas e dos caulículos, principalmente em regiões quentes e sujeitas a veranicos (Balbinot Junior et al., 2020).
Embora seja possível trabalhar com o ajuste da profundidade de semeadura, cabe destacar que, quanto maior for a profundidade de semeadura, maior será o gasto energético da plântula para realizar o processo de emergência (Tagliapietra et al., 2022).
Veja Mais: Influência da velocidade de semeadura na soja
Referências:
BALBINOT JUNIOR, A. A. et al. INSTAÇÃO DA LAVOURA. Tecnologias de Produção de Soja, cap. 4, Embrapa Soja, Sistemas de Produção, n. 17, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf > acesso em: 13/06/2023.
NEUMAIER, N. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA. Tecnologias de Produção de Soja, cap. 2, Embrapa, Soja, Sistemas de Produção, n. 17, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 13/06/2023.
TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.