Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.

As cotações do milho em Chicago igualmente se mantiveram firmes, com o primeiro mês cotado fechando a quinta-feira, 18/02, em US$ 5,50/bushel, contra US$ 5,41 uma semana antes.

O mercado igualmente esteve na expectativa do que viria ao final do Fórum Outlook, previsto para se encerrar no dia 19/02 (comentaremos com mais detalhes seus resultados na próxima semana). Neste sentido, esperava-se uma área a ser semeada com milho nos EUA entre 37 e 38,7 milhões de hectares, contra 36,75 milhões plantados na safra passada. Em isso se confirmando, tanto a área com soja quanto a de milho irão aumentar neste ano, sendo que o aumento mais expressivo se daria na soja. Se o clima permitir, esta maior área poderá gerar uma produção recorde de milho nos EUA, forçando uma baixa nas cotações no final do corrente ano.

Por outro lado, os embarques de milho, por parte dos EUA, na semana encerrada em 11/02, atingiram a 1,3 milhão de toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. No acumulado do atual ano comercial, iniciado em setembro/20, os estadunidenses já embarcaram 22,8 milhões de toneladas do cereal, volume este 84% maior do que o registrado um ano antes.

Enquanto isso, na Argentina, o Ministério da Agricultura local informa que o plantio da atual safra de milho está encerrado, com o vizinho país esperando colher 47 milhões de toneladas do cereal. Um volume abaixo do produzido no ano anterior devido aos problemas climáticos ocorridos nesta fase de plantio, os quais igualmente atingiram fortemente o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina.

E no Brasil, os preços do milho igualmente se mantêm firmes, com a média gaúcha atingindo a R$ 79,13/saco nesta semana, enquanto nas demais praças os valores giraram entre R$ 66,00/saco em Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 82,00/saco em Itapetininga (SP). A registrar que o CIF Campinas atingiu R$ 86,00/saco. Já na B3 o vencimento março/21 abriu a sessão de quinta-feira valendo R$ 87,04/saco, enquanto maio ficou em R$ 85,00, e setembro em R$ 76,01.

Os negócios com milho no país estiveram lentos nesta semana, atípica devido a paralisações em função do Carnaval. Atualmente muitos vendedores estão afastados do mercado físico, enquanto os compradores resistem em negociar nos atuais preços, esperando que os mesmos baixem diante da entrada do milho de verão, embora esta safra seja menor. Por enquanto, mesmo que os preços tenham cedido um pouco em algumas localidades, as médias de fevereiro estão bem acima do registrado no mesmo mês do ano passado.



Em termos de exportação, a Anec estima que as mesmas atinjam, em fevereiro, a 545.160 toneladas, contra 415.282 toneladas em fevereiro de 2020. Neste contexto, a Secex informou que nos 10 primeiros dias úteis de fevereiro o Brasil exportou 504.940 toneladas de milho. Até este momento o país teria embarcado 48,4% a mais de milho do que o registrado em fevereiro do ano passado. A média diária de exportação chega a 50.490 toneladas, sendo 60,4% menor do que a média de janeiro, porém, 163% maior do que a média diária de fevereiro de 2020. O preço da tonelada exportada recuou no período cerca de 6,25%, ficando agora em US$ 196,80.

Especificamente no Rio Grande do Sul, segundo a Emater local, o plantio do milho está encerrado, sendo que 39% das lavouras estão colhidas, contra 40% no ano passado e 34% na média histórica. Das lavouras que faltam colher, 12% estão em germinação, 13% em floração, 20% em enchimento de grãos e 16% em maturação. Por enquanto, depois da forte seca na primavera, o clima está correspondendo.

E no Paraná, segundo o Deral, 21% da safra de milho de verão está colhida, estando 52% do que falta em fase de maturação. Neste meados de fevereiro, 68% destas lavouras estavam em boas condições. Quanto a safrinha, ou segunda safra do cereal, o plantio atingia 8% da área esperada, estando 57% em fase de germinação, sendo que 96% destas lavouras se encontram em boas condições.


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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ

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